Os quatro Toyota Yaris WRC que participaram no Rally de Portugal foram, pela primeira vez, assistidos na Toyota Caetano Portugal, em Gaia, de onde já saíram prontos para o Rali da Sardenha, em Itália, que se realiza entre a próxima quinta-feira e domingo.
Os carros chegaram às instalações da nova estrutura Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal após o final do rally, idos diretamente da Exponor, e “na segunda-feira de manhã já estava o chão todo coberto de peças desmontadas”, referiu, ao JN, Victor Marques, Relações Públicas da Toyota Caetano Portugal.
A empresa portuguesa cedeu as instalações onde é preparada para o Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno (CPTT) a pick-up Toyota Hilux do piloto João Ramos (que foi nomeado embaixador da Gazoo Racing), num estreitar de laços entre as duas estruturas.
“Cedemos o espaço e foi bem mais simples eles virem da Exponor para aqui e prepararem os carros para a Sardenha, do que estar a deslocar 30 pessoas e quatro camiões para a Finlândia. E foi uma troca de experiências interessante”, referiu Victor Marques.
Os Yaris WRC foram completamente desmontados e todo o material de desgaste substituído. Alguns componentes, tais como os enormes discos de travão, foram para a Alemanha (onde são construídos os motores e alguns componentes mecânicos) onde serão analisados.
Refira-se que a marca disponibiliza para cada carro um camião e uma equipa de mecânicos, sendo que os motores são uma área da exclusiva responsabilidade de dois técnicos da estrutura da Toyota na Alemanha.
Testes com os Yaris híbridos
Enquanto em Gaia se ultimavam os carros para o Rali d’Italia Sardegna, o JN sabe que os pilotos oficiais da marca se encontravam na zona Norte do país a fazer testes para os carros da próxima época que, pela primeira vez na história do WRC, serão híbridos (Rally 1).
Sendo conhecida a aposta da marca nipónica na eletrificação automóvel, de que foi pioneira ao lançar, em 1997,o Toyota Prius, aliado aos triunfos que já obteve em provas de Resistência, incluindo as 24 Horas de Le Mans, a Toyota encara com otimismo a próxima temporada.
“Para 2022, o módulo híbrido vai pesar cerca de 100 quilos e não sabemos como isso afetará as performances dos carros, sendo certo que a gestão eletrónica dos motores difere de equipa para equipa. E como já somos líderes nos híbridos de passageiros, também queremos ser nos ralis”, referiu Victor Marques.
A assistir à preparação dos Yaris WRC estava um atento João Ramos, arquiteto de formação, e que há cerca de 30 anos, além das funções que desempenha na Toyota Caetano Portugal, já percorreu diversas disciplinas do desporto automóvel, até assentar no CPTT, com uma Toyota Hilux.
“Para eles (Toyota Gazoo Racing World Rally Team)é uma mais valia terem à disposição as nossas instalações e para nós o reconhecimento do trabalho que aqui desenvolvemos”, afirmou, ao JN, João Ramos.
O pai, José Ramos, presidente e CEO da Toyota Caetano Portugal, recordou que “em termos desportivos a Toyota sempre deu cartas nas mais diversas disciplinas da competição automóvel”.
“Para nós é ótimo este estreitar de relações com a Toyota. A equipa tinha necessidade de instalações como as que temos e onde preparamos a pick-up de competição. Mas os Yaris WRC ainda estavam em muitas boas condições quando aqui chegaram. E, para o ano, com os híbridos, vamos estar como peixe na água”, referiu José Ramos.