O carro elétrico parece perfilar-se como o futuro, no que toca à indústria automóvel. Contudo, ainda há áreas por definir, mais concretamente se o hidrogénio poderá fazer parte deste futuro. Embora a tecnologia ainda seja imatura e a infraestrutura de reabastecimento de hidrogénio seja muito escassa, há marcas que continuam a apostar. Por exemplo, a Toyota anunciou que quer vender 30.000 unidades do novo Mirai, o seu carro com célula de combustível.
O hidrogénio continua assim no horizonte e há países, como Portugal, dispostos a apostar neste campo.
Novo Toyota Mirai está irreconhecível
Na última edição do Tokyo Motor Show, a Toyota apresentou a próxima geração do Mirai. É um carro tecnicamente muito evoluído, dá um passo em frente no desenvolvimento de formas de propulsão alternativas aos motores térmicos e rompe totalmente com o seu antecessor.
Apesar de ser mais atraente, com linhas modernas, nas suas entranhas esconde um mecanismo com a mesma tecnologia: a célula de combustível. Embora seja uma tecnologia que ainda tem muito a amadurecer e muito a desenvolver, houve avanços nos últimos anos a tal ponto que, com o novo Mirai, a Toyota espera triplicar as vendas da geração anterior.
Toyota quer vender 30 mil unidades do carro a hidrogénio
Segundo palavras de Johan Van Zyl, chefe da Toyota Europa, a meta de vendas para o próximo Toyota Mirai 2020 é de 30.000 unidades. Embora este seja sem dúvida um número quase anedótico para um fabricante do tamanho da Toyota, significa multiplicar por três as vendas do Mirai atual, do qual a Toyota afirma ter vendido dez mil unidades em todo o mundo. No entanto, as vendas por região são muito desiguais em termos globais.
Por exemplo, na Califórnia (EUA) foram vendidas mais de 3.000 unidades, enquanto na Europa o número de vendas pouco passou dos 600 carros.
Entre os principais obstáculos à popularização dos automóveis a hidrogénio está sem dúvida uma infraestrutura. Poucos são os países que têm desenvolvida uma rede de abastecimento, para que seja possível vender maiores quantidades de automóveis com esta tecnologia, para não falar do preço de compra muito elevado deste tipo de automóveis. Na vizinha Espanha, um Toyota Mirai custa atualmente mais de 80 mil euros.
Hidrogénio tem futuro num “mix energético”
São muitas as vozes que referem ser impossível, pelo menos a médio prazo, haver forma de alimentar um alargado parque automóvel movido a energia elétrica. Assim, faz sentido haver uma oferta mais diversificada no que toca a veículos movidos a combustíveis limpos.
Conforme referiu Johan Van Zyl, é possível que o hidrogénio tenha “o potencial para desempenhar um papel muito importante no nosso futuro mix energético”. Com foco na Europa, a Toyota quer concentrar-se na célula de combustível como tecnologia para o transporte pesado, uma vez que, segundo Van Zyl, “o hidrogénio é muito adequado para camiões e autocarros”.
Em 2018, a empresa japonesa apresentou o Toyota Sora, um autocarro de hidrogénio do qual fabricará 100 unidades para os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. É também o fornecedor de células de combustível para o autocarro de hidrogénio do fabricante português Caetanobus.