Pode ler aqui no seu AUTOMAIS o primeiro ensaio à quarta geração do Yaris, que chega totalmente transformado face ao anterior.

A Toyota diz que esta quarta geração do Yaris está “desenhada para a vida urbana”, mas pelo que experimentei, o novo Yaris é muito mais que isso. A utilização de uma nova plataforma é a chave para tudo isto, juntamente com mais tecnologia, mais ajudas á condução, melhor proteção dos ocupantes com estreias absolutas no segmento e evolução sensível no estilo exterior e interior.

O Yaris estreia a utilização da plataforma TNGA (Toyota New Global Architecture) nesta versão B e também de um sistema híbrido com motor de três cilindros com 1.5 litros (em tudo semelhante ao sistema HDF [High Dynamic Force] do Corolla, mas com menos um cilindro), para lá de uma série de novidades.

Conforme me confidenciou Luc Nuyts, um dos responsáveis pelo projeto Yaris na Toyota Motor Europe (TME), “quisemos fazer um carro que fosse capaz de enfrentar a selva urbana, com elevados níveis de segurança e eficiência no que toca a consumos e emissões, tudo isto a um preço acessível.” A quadratura do círculo, digo eu.

Estilo “Condensado e Ágil”

O estilo da quarta geração do Yaris é apelidado de “Condensado e Ágil”, pois o carro está mais compacto: com 3940 mm de comprimento tem menos 5 mm que o anterior modelo, a altura reduziu-se 40 mm para 1470 mm, os avanços dianteiro e traseiro (a distância entre o eixo e o extremo do carro) reduziram-se 10 mm à frente (800 mm) e 45 mm atrás (580 mm). A única cifra que cresceu foi a distância entre eixos que passa a ser de 2560 mm, mais 50 mm que anteriormente. O carro, apesar dos reforços e de mais equipamento, pesa menos 20 quilogramas em média, muito desse peso ganho com a nova bateria.

O Yaris está mais largo 50 mm (1745 mm) o que permitiu deslocar os bancos mais 20 mm para fora, alargando o espaço á frente entre os dois bancos dianteiros. As vias também cresceram (mais 57 mm para 1529 mm) o que permitiu montar pneus mais largos no Yaris.

No que toca ao interior, foi pensado em redor do conceito “mãos no volante, olhos na estrada” e por isso mesmo há um “head up display” (a cores e com 10 polegadas), um computador de bordo com excelente visibilidade e dois instrumentos digitais com boa leitura, apesar do pequeno volante, o mais pequeno depois do usado no GT86. Mas há mais tecnologia: carregador sem fios para o smartphone largo o suficiente para acomodar todos os tipos de telefone, volante aquecido, bancos aquecidos, luz ambiente relaxante, enfim, muita coisa pouco habitual num carro do segmento B.

Plataforma competente

A TNGA tem várias versões que são a base para o Prius, o Corolla, o Camry e o RAV4. A GA-B, versão para o segmento B, tem como premissas cinco pontos: elevada rigidez, novas suspensões, baixo centro de gravidade, posição de condução otimizada e melhoria nos níveis de ruído, vibrações e aspereza.

Com 37% de maior rigidez torsional, a nova base do Yaris tem o banco do condutor posicionado 60 mm mais atrás que no anterior carro e 20 mm mais para fora. A zona da antepara e do ancoramento do tabliê foi reforçada, as tores de suspensão estão ligadas à estrutura através de reforços, reforço do túnel central e da estrutura traseira, melhoria nos reforços do chassis na zona de soldadura e colagem dos vários painéis da plataforma, reforço, também, das cavas das rodas traseiras e, finalmente, reforço do pilar D. Com tudo isto, a Toyota assegura que o Yaris é o carro mais rígido do segmento, com o centro de gravidade mais baixo 12 mm. Isso foi conseguido graças ao reposicionamento de vários componentes, um tejadilho mais baixo 40 mm, motor posicionado mais abaixo e banco do condutor posicionado mais baixo 21 mm. 

A posição de condução alterou-se, de forma sensível, pois com 60 mm de recuo, 40 mm mas baixo, 21 mm rebaixado o ponto de articulação da anca e um volante 6 graus mais vertical e com 77 mm de ajuste longitudinal, está muito melhor que anteriormente. 

Com tudo isto, o chassis do Yaris oferece melhor resistência à inércia, sendo menos sensível ás mudanças de direção, reduzindo o rolamento da carroçaria. O Yaris tem um sistema de suspensão comum, ou seja, um sistema McPherson (embora com um alinhamento diferente, inclinado para dentro para melhorar o controlo das forças verticais) no eixo da frente e um eixo de torção atrás. Os casquilhos são de baixa fricção e para não endurecer em demasia o carro, os engenheiros da Toyota suavizaram as molas, aumentando a dureza da barra estabilizadora. 

Sistema HDF totalmente novo

O conjunto cinemático do Yaris é totalmente novo, fazendo parte da família “Hybrid Dynamic Force” (HDF) mas com um bloco de três cilindros e 1.5 litros. É um conjunto que tem mais 15% de potência e menos 20% de emissões de CO2. Contas feitas, tem 116 CV de potência combinada (mais 16 CV que o anterior motor híbrido do Yaris), acelera dos 0-100 km/h em 10,3 segundos, recupera a aceleração dos 80 aos 120 km/h em 8,1 segundos, consegue andar em modo elétrico até uma velocidade de 130 km/h (mais 55 que anteriormente) e consegue andar até 80% do tempo em modo elétrico (50% no modelo na terior), emitindo 64 gr/km de CO2 no protocolo NEDC (20 gr menos), 86 gr/km de CO2 sob o protocolo WLTP, menos 26 gr/km que o anterior modelo. A parte elétrica tem 79 CV às 17 mil rotações e 141 Nm de binário.

Esta é uma mecânica que além de utilizar o ciclo Atkinson, tem curso longo para uma melhor combustão, tem alteração do tempo de abertura de válvulas para contrariar a tendência dos motores “longos” para criarem autoignições (conhecido como “Knocking”) e uma taxa de compressão de 14,1. O sistema “transaxle” onde estãos os dois motores elétricos e o planetário que faz de caixa de velocidades, foi redesenhado, mantendo as mesmas características que fazem deste sistema o mais fiável de sempre, pois a Toyota ainda não teve nenhuma queixa ou avaria. Ainda assim, os técnicos da Toyota conseguiram tornar o sistema mais compacto 9%, o que faz o efeito elástico da transmissão reduzir-se, diminuiu o tamanho e melhorou a performance e a arrumação. Nomeadamente, colocar a mecânica mais baixa e assim reduzir a altura do centro de gravidade.

Contas feitas, a eficiência termal chega aos 40%, um valor excelente para um motor destes e há um ganho de 20% nos consumos e nas emissões.

Referir que o sistema híbrido 1.5 HDF do Yaris utiliza uma bateria de iões de lítio muito mais rápida a recarregar e a libertar energia, melhorando a aceleração. A Toyota não diz qual a capacidade da bateria, mas diz que está 27% mais leve, ou seja, terá menos 12 quilogramas, o que ajuda sobremaneira aos 20 kgs a menos que o Yaris, em media, pesa face ao anterior modelo. Já agora, lembrar que a Toyota venderá o Yaris com motores de combustão interna tradicionais com 10 e 1.5 litros, dependendo dos mercados. Em Portugal estarão disponíveis todos os motores. 

Toyota Safety Sense versão 2.5

Uma das grandes novidades do Yaris é a oferta, em todos os modelos, do Toyota Safety Sense (TSS) na versão 2.5 que engloba câmara com radar (na versão 1.0 era uma pequena câmara com laser) que exibe deteção de peões de dia e de noite, deteção de ciclistas e sistema de mitigação de embates. Leitura de sinais, assistência de emergência á direção, cruis control inteligente, manutenção do carro na faixa de rodagem e controlo automático dos máximos. A versão 1.0 tinha deteção de veículos, leitura de sinais e máximos automáticos.

Tudo isto porque a Toyota deseja que sejam eliminadas as mortes ao volante e assim, começando logo no Yaris, haja proteção passiva e dinâmica dos ocupantes. Não foi segredo e os responsáveis da Toyota presentes em Cascais confessaram que o Yaris foi pensado e desenhado para ser o carro compacto mais seguro do mundo.

Como dissemos, o Toyota Yaris está equipado com um “cruise control” que funciona até aos 180 m7h, tem função de travagem até imobilização total e recomeço de movimento, em função do veículo à frente (com pequeno toque no botão do cruise control ou um ligeiro toque no acelerador) e ligação ao sistema de leitura de sinais de trânsito, adequando a velocidade à leitura. O sistema sugere a velocidade mais adequada de acordo com os limotes de velocidade nos sinais e o condutor pode aceitar ou não essa limitação.

Outra novidade e estreia absoluta no segmento compacto é o airbag central colocado entre os dois bancos da frente que assegura que os ocupantes não se tocam em caso de embate, mitigando os ferimentos.
O sistema de manutenção na faixa de rodagem do Yaris oferece bem mais que a manutenção do carro entre linhas. Podendo ser totalmente personalizado em termos de funções e de sensibilidade, o sistema deteta as bermas – sejam elas de cimento, alcatrão, relva, terra ou outro material qualquer – mantem sinalização no volante para avisar da transposição de linhas da faixa, controlo da direção para recentrar o carro na faixa, mantém o carro atrás do carro da frente em caso de engarrafamento, com função de travagem e aceleração e melhor leitura das linhas quando está atrás de outro carro. Como dissemos, tudo isto é personalizável e ajustável em termos de sensibilidade.

Há, também, um sistema de assistência de emergência á direção, que permite reconhecer um obstáculo (seja ele qual for) e ajudar o condutor a desviar-se sem que exagere e acaba por invadir a faixa ao lado e provocar um acidente. Finalmente, o sistema de ajuda ao parqueamento, que em caso de saída de um local de estacionamento sem visibilidade lateral, o sistema avisa e se o condutor estiver distraído, trava o Yaris, evitando assim a colisão. O mesmo sistema de travagem autónoma é usado nos sensores de estacionamento, com recurso ao sonar. Primeiro há um aviso acústico e depois o sistema trava o carro para evitar o toque.

Dizer, apenas, que a Toyota gastiu 300 milhões de euros na fábrica francesa onde produz o Yaris para lançar o novo modelo com esta plataforma que transforma o Yaris num dos melhores carros do segmento.

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