O que diz Patrícia Nagle – Presidente da TeamViewer Américas
O trabalho híbrido chegou para ficar, e terá efeitos dramáticos sobre as prioridades empresariais
As compras de softwares corporativos por impulso definitivamente acabaram. No início da pandemia, com um novo e ameaçador cenário para a sobrevivência dos negócios, muitas empresas passaram a comprar ferramentas corporativas impulsivamente, sem saber ao certo se precisavam delas ou se serviriam em suas infraestruturas de TI. Hoje, essa corrida maluca — que muitas vezes levou as companhias a adquirirem softwares corporativos de segunda categoria — acabou, uma vez que as equipes aprenderam a lidar melhor com suas necessidades, orçamentos e estratégias para um mundo pós-pandêmico baseado em modelos híbridos de trabalho. Para 2022, veremos uma oferta muito maior de serviços inovadores para melhor desempenho dos negócios.
Um basta para a ‘TI Invisível’
A falta de compras estratégicas durante a transição para o trabalho híbrido deixou muitas infraestruturas de TI corporativas desarticuladas — talvez até mesmo “perdidas”. Por conta dessa compreensível confusão, muitos funcionários tomaram para si a responsabilidade de baixar ferramentas e softwares que julgavam necessários para manter a sobrevivência da empresa. Por conta disso, uma prioridade para 2022 será o controle dos serviços fora da rede (o que costumamos chamar de ‘TI Invisível’; ou Shadow IT, em inglês) para garantir a segurança e a estabilidade das infraestruturas de TI. Se 2001 foi um ano de expansão e testes, 2022 será de consolidação e planejamento futuro.
Regularizar o uso da tecnologia será imprescindível
Obviamente, as companhias enfrentam atualmente uma abundância de desafios. Para 2022, um dos objetivos será encontrar um equilíbrio mais preciso entre a tecnologia e o poder das pessoas em ultrapassar esses desafios de forma inovadora, rentável e alinhada com o foco e as estratégias da empresa — e mais: os líderes terão que analisar algumas questões, como:
– Esta tecnologia está evoluindo bem, e o suficiente, para gerar benefícios estáveis à minha empresa?
– Dependendo do problema, qual a melhor solução: tecnologia ou pessoas?
– Em quais áreas-chave a tecnologia poderá melhorar os processos atuais?
As empresas capitalizarão mais com tecnologias de colaboração ‘one to many’, aprimorando a integração e a formação de funcionários
Historicamente, as empresas sempre confiaram em trabalhadores seniores para integrar novos funcionários. No entanto, os aspectos negativos dessa abordagem ficam mais claros quando um líder é remoto ou quando deixa o cargo sem transmitir seus conhecimentos institucionais. Em 2022, as soluções emergentes de Realidade Aumentada e Inteligência Artificial permitirão às companhias arquivar e reformatar informação crítica para que as equipes se beneficiem de toda a experiência empresarial à mão. Ou seja: quanto mais funcionários contribuírem com suas próprias técnicas e conhecimentos, mais benefícios serão colhidos com o passar do tempo.
Tecnologias emergentes atuarão como multiplicadores de força para os trabalhadores da linha da frente
Não é novidade que as equipes da linha da frente vêm carregando a economia ao longo de anos, com maior carga de desafios por conta da pandemia. Mas a modernização de muitas indústrias se deu muito antes do surgimento da COVID-19. O uso de wearables, como smartphones, em conjunto com Inteligência Artificial, IoT (Internet das Coisas) e 5G, permitirão às corporações manter suas equipes muito mais conectadas e informadas. O aproveitamento de novas tecnologias permitirá aos trabalhadores manter o foco no que é de fato prioritário, realizando tarefas e procedimentos de forma muito mais rápida e eficiente. Isso já impulsionou a produtividade significativamente em 2021 e continuará a fazê-lo em 2022.
Realidade Aumentada e Inteligência Artificial ajudarão a compensar a escassez de trabalhadores e os desafios da cadeia de fornecimento
Além, é claro, dos bens e serviços que produzem e/ou vendem, as empresas precisam de duas coisas para serem bem sucedidas: pessoas e informação. Inegável. A pandemia, porém, causou distúrbios em tais quesitos, e de tantas formas, que um prejuízo passou a alimentar muitos outros. Para pôr fim a isso, as companhias recorrerão a tecnologias como Realidade Aumentada e Inteligência Artificial para agrupar pessoas e informação, aliviando a pressão sobre os trabalhadores e fazendo melhor uso desse conhecimento. O comércio varejista é um excelente exemplo de como isso se processará, uma vez que o setor já se beneficia do uso de smart glasses para ajudar nos processos de compra e fomentar a melhoria da experiência do cliente.
As tecnologias de colaboração continuarão a evoluir e escalar
As inovações em software ganharão força, mas o hardware enfrentará desafios da cadeia de suprimentos. Como o advento da pandemia continua a mudar a maneira como as empresas lidam com a introdução de novas tecnologias, ainda há muitas oportunidades e lacunas a serem preenchidas para a indústria de software no mundo híbrido. As empresas estão sob pressão e precisam ser ágeis em implantar tecnologias que impactem os negócios rapidamente. Já os lançamentos de hardware devem desacelerar até que as cadeias de suprimentos se acalmem, digamos assim, o que é improvável que aconteça em 2022 — ou até que o setor de serviços amplie sua capacidade de infraestrutura atual por meio de redes 5G e uso da nuvem.
Remote-as-a-Service como diferencial de trabalho
Enquanto as empresas fazem malabarismos com inúmeras ferramentas e serviços desenvolvidos para o trabalho híbrido, os agentes remotos mais antenados com as novas regras do jogo terão de ampliar seus horizontes para além de seus dispositivos e abraçarem o uso de novas e variadas tecnologias, como 5G e nuvem — que podem facilmente ser implantadas quando necessário sem pesar nos recursos de hardware e rede. Essas ferramentas têm ainda uma vantagem de segurança bastante distinta, o que será cada vez mais primordial no mundo moderno, à medida que os ataques cibernéticos continuam a representar uma ameaça aos negócios.
Nenhum setor da economia está imune ao poder da tecnologia
Em 2021, as empresas passaram a ter uma visão bem mais apurada do verdadeiro impacto da tecnologia para melhorar, facilitar e agilizar a forma como as pessoas desenvolvem suas tarefas e funções de trabalho. Isso ajudou a promover adoção de novos recursos tecnológicos nas companhias, o que deverá acelerar ainda mais em 2022. As empresas com um grande elemento humano serão as primeiras a sentirem esse impacto positivo. Ainda assim, nenhuma indústria estará imune — já que o próprio desenvolvimento e amadurecimento de tecnologias-chave serão suficientes para demonstrar tais benefícios em ampla escala.
Para o Brasil, o que diz Andreas Kiessling, Gerente de Negócios e de Canais de Vendas da TeamViewer América Latina
Crescimento de empresas distribuídas, impulsionado pela expansão de padrões de trabalho remotos e híbridos
A inflação crescente e os valores elevados do dólar norte-americano em comparação com a moeda local no Brasil, além da enorme tendência de empresas distribuídas, irão gerar maiores cortes nos custos das viagens de trabalho a diferentes locais do país para manutenção de máquinas, linhas de produção e equipamentos. O que vemos hoje e que continuará em 2022 será a evolução natural das organizações centradas em escritórios para empresas distribuídas geograficamente, que investirão cada vez mais em soluções de trabalho remoto, Realidade Aumentada e gerenciamento remoto de dispositivos. A companhia de pesquisa Gartner avalia que, em 2023, 75% das organizações que explorarem os benefícios das empresas distribuídas terão um crescimento de receita 25% mais rápido que seus concorrentes.
O leilão 5G poderá promover um salto exponencial de trabalho remoto & híbrido e manutenção à distância
Contudo, existem muitos desafios para levar a conectividade a todas as regiões do Brasil — levando-se em conta que a infraestrutura 5G precisa ser muito mais forte do que outras, uma vez que possui menos alcance do que as tecnologias 4G e 3G. Outro gargalo a ser superado em 2022 é o valor de 5G para a IoT, simplesmente porque se as empresas quiserem, e precisarem, ligar milhares de dispositivos e ‘coisas’ à Internet, o cálculo do ROI será (mais que nunca) fator-chave. 2022 promete ainda um crescimento nas redes LORA e SIGFOX, mas as empresas terão de estar atentas à razão pela qual a banda estreita IoT ainda não deslanchou no Brasil.
A falta de profissionais de TI altamente especializados ainda irá assombrar a economia brasileira em 2022
Se as empresas quiserem crescer, terão necessariamente de investir mais em especialização, formação remota e monitorização à distância. De acordo com um recente relatório Gartner, os executivos de TI veem tal escassez como a barreira mais significativa à adoção de tecnologias emergentes, incluindo infraestrutura e plataforma computacionais, rede, segurança, ambiente de trabalho digital, automatização de TI, armazenamento e serviços de bases de dados.
Curva de aprendizagem: quanto mais curta, melhor
Investir em tecnologias que tenham uma curva de aprendizagem curta também será tendência no Brasil em 2022. Um profissional especialista que consiga acompanhar e direcionar remotamente o trabalho de profissionais iniciantes será igualmente um grande diferencial para empresas que desejam se manter competitivas no mercado nacional e internacional.
Uma melhor experiência do consumidor dependerá de uma visão mais humana dos negócios
Entender o que o cliente deseja, além de imprescindível para que ele possa finalizar o processo de compra e seja fidelizado, requer das companhias uma visão mais empática dos negócios. Um cliente satisfeito com sua experiência de compra sempre volta para adquirir mais produtos, ajudando a construir uma história de sucesso para o negócio. Já clientes que não retornam evidenciam que a empresa não está antenada com os novos tempos e que precisará urgente de rever suas estratégias e conceitos.
Tecnologia para todos
Embora os consumidores estejam cada vez mais exigentes, é fato que muitos não estão acostumados com novas tecnologias e, obviamente, precisarão de maior atenção para adquirir um produto e obter uma experiência de compra satisfatória. Por essa razão, as corporações deverão investir cada vez mais em soluções capazes de oferecer todos os tipos de serviços para melhorar a jornada do cliente através de várias plataformas, incluindo maior rapidez e agilidade nas pesquisas de itens e nas compras on-line.
Sobre Patrícia Nagle
Veterana da indústria de softwares corporativos, Patricia Nagle é Presidente da TeamViewer Américas. Com vasta experiência em liderança de equipes de alto desempenho, vendas, desenvolvimento de negócios e geração de demanda go-to-market nos setores de software empresarial, assinatura e serviços profissionais, e forte foco na construção de um ecossistema de parceiros estratégicos de crescimento, Patrícia foi por 13 anos responsável pelo Marketing Corporativo e desenvolvimento de negócios globais da gigante canadense de software OpenText, na qual respondeu pelas vendas de canais e OEM e desenvolveu funções de vendas internas, apoiando uma comunidade de mais de 28 mil parceiros. A executiva também gerenciou alianças estratégicas globais com parceiros-chave, entre eles SAP, Google, AWS, Microsoft e Salesforce, que contribuíram substancialmente para a receita da empresa. Antes de sua passagem pela OpenText, Patrícia obteve reconhecimento e sucesso em várias funções de vendas, marketing e operações em empresas
líderes globais de software e consultoria.
Sobre Andreas Kiessling
Gerente de Desenvolvimento de Negócios e Canais de Vendas da TeamViewer América Latina, Andreas Kiessling é apaixonado por desenvolvimento de mercados, novas tecnologias, vendas e pessoas, Andreas acredita que as novas tecnologias têm o poder de melhorar a vida humana e revolucionar os negócios e a sociedade. Nos últimos nove anos, o executivo tem trabalhado para a Transformação Digital nas empresas, desenvolvendo mercados e oportunidades para tecnologias em diferentes verticais, como IoT, soluções SaaS WMS, conectividade e Realidade Aumentada. Andreas Kiessling também foi responsável pelas operações brasileiras da Roambee, uma startup do Vale do Silício, trabalhando com vários stakeholders e no desenvolvimento do modelo SaaS de negócios e hardware. Antes da Roambee, o executivo trabalhou na Ehrhardt & Partners Solution em cargos de vendas, marketing e operações para desenvolvimento do setor brasileiro de WMS.
Sobre a TeamViewer
A TeamViewer é a empresa líder global em tecnologias e plataformas de conectividade remota para acesso, controle, gerenciamento, monitoramento e reparação de dispositivos de qualquer tipo — desde laptops e celulares até máquinas industriais e robôs. Embora o TeamViewer seja gratuito para uso pessoal, a companhia conta com mais de 600 mil assinantes e o software é amplamente utilizado por corporações e indústrias de todos os portes e segmentos para digitalização de processos críticos de negócios através de conectividade remota rápida, segura e perfeita. Tendo como pano de fundo as megatendências globais, como proliferação de dispositivos, automação e novas culturas de trabalho, a TeamViewer vem proativamente moldando a Transformação Digital e continuamente inovando nos campos da Realidade Aumentada, IoT e Inteligência Artificial. Desde sua fundação em 2005, o software TeamViewer, carro-chefe da empresa, já foi instalado em mais de 2,5 bilhões de dispositivos em todo o mundo. Com sede em Goppingen, Alemanha, a TeamViewer emprega mais de 1,5 mil pessoas em escritórios globais. Em 2020, a companhia alcançou faturamento de cerca de 460 milhões de euros. As ações TeamViewer AG (TMV) estão listadas na Bolsa de Valores de Frankfurt e pertencem à MDAX.