“Éramos parte do problema e agora somos parte da solução”. Foi com assertividade distante do estereótipo escandinavo que o diretor de marketing da Volvo, Rafael Ugo, anunciou mais um passo da marca rumo à eletrificação total e mais um esforço para que o Brasil tenha infraestrutura para isso.
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De agora em diante, brasileiros que queiram levar um XC40 para casa terão à disposição apenas a versão Pure Electric, com dois motores elétricos que somam 413 cv e 67,3 kgfm, e tração integral.
A decisão de se descontinuar as configurações híbridas, segundo os executivos da marca, veio por conta do preço cobrado pelo elétrico, que fez com que unidades a combustão começassem a sobrar nas lojas. O valor de R$ 389.950 ficava muito próximo dos cobrados pelas versões com conjunto híbrido.
“Estamos pegando nosso principal produto e transformando em elétrico. Líderes devem agir. Eletrificação para a Volvo não é nicho nem complemento de gama, é realidade”, declarou João Oliveira, diretor-geral de operações e inovação.
Elétricos além de São Paulo
A Volvo tratou como principal anúncio do dia seu novo investimento em infraestrutura. A marca, que já conta com centenas de carregadores espalhados pelo país, investirá mais de R$ 10 milhões em pontos rápidos, com muito mais capacidade energética.
A primeira fase dessa aposta ficará pronta até abril de 2022, quando 13 eletropostos de 150 kWh estarão funcionando com dois bocais cada. Eles formarão uma malha radial, ligando São Paulo (SP) a Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Uberlândia (MG) e Baixada Santista. Como, em condições ideais, ainda seriam necessários cerca de 40 minutos para recarregar um XC40, os 13 carregadores ficarão em pontos de parada, com conveniência à disposição.
A EcoRodovias também se juntou à empresa e a parceria renderá 52 carregadores de corrente alternada (mesmos usados em supermercados) instalados em pontos de apoio ao usuário. Uma medida paliativa que encorajará os proprietários a explorarem os carros cada vez mais, acredita.
Todos os carregadores serão gratuitos e abertos a donos de elétricos da concorrência. Ao todo serão cinco fases que não foram detalhadas, mas incluem a expansão para estados de outras regiões do Brasil. É um marketing ousado e que até pode jogar contra, uma vez que o esforço da Volvo pode acabar resultando em vendas de outras marcas. Mas a preocupação, se existente, é bem disfarçada.
É um risco inerente à ambição, mas que já rendeu cutucadas espertas como as peças publicitárias que decoravam o evento. Fotos de carregadores da Volvo sendo usados por Mercedes-Benz e Audi eram respondidos com humor sueco: “de nada”. Agora falta ser gentil assim com os chineses.
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