Até pouco tempo atrás, um bom relógio se destacava pela confecção, grife e materiais nobres. Hoje, esse tradicional acessório virou um pequeno computador de pulso. No mundo dos carros, não é tão diferente. Quando se pensava em um carro de luxo, o poder financeiro e mecânico logo vinham à cabeça. Entretanto, a realidade mudou. Os clientes dos veículos de marcas premium agora exigem muitas tecnologias avançadas, desde faróis inteligentes `à assistente virtual. E agora eles também são elétricos. É o caso do Volvo XC40 Recharge Pure Electric, que, por R$ 389.950, começou a ser entregue aos clientes brasileiros nesta semana.

Achou caro? Para alguns, não é. Afinal, o SUV da marca sueca esgotou seu primeiro lote (aberto em maio), de 300 unidades, em duas semanas. E já tem mais 150 unidades com entregas previstas para janeiro de 2022. Ou seja, vendeu tudo.

Vagner Aquino/Jornal do Carro

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Hoje, de acordo com a Volvo, isso representa 15% das vendas do XC40. Número que, aliás, deve aumentar para 100% nos próximos anos, já que a marca terá apenas modelos elétricos a partir de 2030. Sim, até mesmo os híbridos estão com os dias contados na empresa, e servem apenas para fazer a transição da matriz energética.

Visualmente, o SUV de luxo segue a cartilha da conhecida versão R-Design, com rodas de 20 polegadas e teto solar elétrico panorâmico. A inscrição “Recharge” vai nas colunas traseiras. A princípio, as medidas são as mesmas de outrora. Em comprimento, largura e altura tem, respectivamente, 4,42 metros por 2,03 m e 1,64 m.

O porta-malas, por sua vez, tem 413 litros e, devido à ausência do motor a combustão, sobra ainda um espaço com 31 litros sob o capô. Total, portanto, de 444 litros para cargas.

Volvo/Divulgação

Tecnologia como protagonista

Se por fora o XC40 elétrico é reconhecido apenas pela grade dianteira fechada, tecnologicamente, a história é outra. A começar pelo novo sistema operacional Google Automotive Services, para entretenimento. São 30 aplicativos disponíveis na plataforma. Em síntese, o carro virou a extensão do telefone celular, literalmente.

Nesse sentido, a vantagem é que todos os recursos têm reconhecimento de voz, sem a necessidade de apertar botões. Se quiser trocar de música, acionar o ar-condicionado ou definir um destino no GPS, nada de apertar botões. De acordo com a Volvo, isso não tira o foco da estrada. Basta dizer ao sistema o que fazer, e pronto.

Quem comprar o SUV até o fim do ano, leva, na faixa, quatro anos de serviços online (o total de dados não é divulgado pela Volvo). Bem como o wallbox para recarga doméstica com a devida instalação. Ao todo, são necessárias 7 horas para 100% de recarga das baterias do carro. Só o equipamento custaria R$ 8.950.

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Caso precise recarregar pelo caminho, o carro tem um mapa que exibe todos os pontos de recarga rápida disponíveis no Brasil. Até o fim de 2021, serão mais de 1.000 pontos de recarga, afirma a Volvo. Nestas estações de carga rápida, as baterias do XC40 Recharge recarregam 80% em apenas 40 minutos plugado na tomada.

Segurança

Uma novidade ´é o que a Volvo chama de ADAS. Basicamente, o Advanced Drive Assist System consiste em um pacote de assistência à condução. Na lista – com a ajuda de radares, sensores e câmeras – tem alertas de colisão com frenagem automática, de saída e de manutenção de faixa (o volante corrige o trajeto sozinho), assim como de fadiga.

Sistema de alerta de ponto cego, informações de sinais de trânsito e câmera 360 graus também estão disponíveis. O City Safety – capaz de reconhecer pedestres, ciclistas e animais de grande porte – pode frear e até esterçar o volante para evitar ou minimizar uma colisão. O controle de cruzeiro adaptativo (ACC) também é incluso. Nada é opcional.

Motor e comportamento

O Volvo XC40 Recharge Pure Electric tem dois motores elétricos – um no eixo dianteiro, outro no eixo de trás. São, no total, 300 kW, o equivalente a uma potência de 408 cv. O propulsor é chamado de P8 – “P” vem de “Pure” e “8”, dos quase 80 kWh da bateria. Em suma, o carro é alimentado por baterias de 78 kWh que rendem autonomia declarada de 418 km.

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Volvo/Divulgação

Curiosamente, esse dado é mostrado em porcentagem no painel de instrumentos (vide canto inferior direito da foto acima) . Faz todo sentido, porque a autonomia depende do modo de condução. Por exemplo, dá para medir a duração da bateria de um celular em horas? É evidente que não. Afinal, o consumo de energia é diferente para cada tipo de usuário. Da mesma forma, é o que acontece com cada motorista.

Ao volante

São inegáveis as diferenças em arrancadas e na estabilidade. Os trechos urbanos quase não existiram durante o trajeto de test-drive estipulado pela Volvo (de Porto Alegre a Osório, no Rio Grande do Sul). Porém, não é difícil entender que se trata de um baita carro em termos de agilidade e silêncio. Dentro dos limites e com toda a segurança disponibilizada, ponto também para o conforto das suspensões.

Outra coisa interessante no XC40 elétrico é a possibilidade de ativar ou desativar a função One Pedal. Com ela, é possível frear e acelerar apenas com o pedal da direita. É um pouco estranho de início, mas, depois, o motorista se acostuma. Precisa de sensibilidade – tirar o pé de uma vez é o mesmo que frear bruscamente. O lado bom é que isso dá eficiência à regeneração de energia. E, assim, amplia a autonomia.

Trajeto

Pelas estradas do Rio Grande do Sul, bastou a primeira acelerada para entender porque o carro elétrico é o futuro da Volvo. A marca, pioneira na eletrificação de sua gama (não tem mais nenhum modelo só a combustão), quer chegar ao topo das vendas da categoria de elétricos. E se depender da excelente dirigibilidade do XC40, o caminho está livre.


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