A Volkswagen está acelerando o processo de eletrificação no Brasil visando não só o mercado nacional, mas também outros países onde o processo será mais lento, como a Índia, por exemplo.

Conforme mencionamos na matéria sobre o Jetta Hybrid, a VW já conhece a tecnologia para ter um carro híbrido no mercado nacional.

Segundo Pablo Di Si, presidente da empresa na região, durante coletiva no Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) em Piracicaba, nesta quinta (29), a marca alemã já domina duas das três fases da tecnologia, restando apenas a de células de combustível para usar etanol.

A aposta da Volkswagen é no etanol como combustível para futuros carros híbridos com essa tecnologias, mas como comentou Di Si, isso ficará mais para frente, já que necessitará de parcerias com universidades e empresas.

Para um futuro próximo, a hibridização com motores flex é a opção, sendo que a VW se comprometeu a desenvolver motores com biocombustíveis mais eficientes antes mesmo da eletrificação.

VW acelera híbrido flex com centro de pesquisa na Anchieta

Nessa estrada, a marca busca acelerar o passo e já iniciará seu centro de pesquisa de biocombustíveis na fábrica da Anchieta, a partir do final desse ano. Com aprovação da matriz alemã, a VW centralizará no Brasil todo esse processo.

A ideia é que a tecnologia seja exportada, visando atender mercados com 11 milhões de veículos em potencial, sendo que a Índia é o principal alvo, visto que o país recentemente determinou que a indústria introduza carros flex no mercado.

De olho no que o Brasil usa desde 2003 e no combustível que existe aqui desde o fim dos anos 70, a Índia enviou seu embaixador no país para visitar a fábrica da VW no ABC paulista.

VW acelera híbrido flex com centro de pesquisa na Anchieta

O intuito é a transferência de tecnologia flex. No país asiático, o quarto maior importador de gasolina do mundo, 73% da energia ainda vem do carvão, o que torna imprescindível uma alternativa. Lá também há produção de açúcar e álcool.

Di Si disse: “Sem ter como eletrificar a frota aqui tão rapidamente, se continuarmos a desenvolver motores flex só para um mercado de menos de 2 milhões de veículos [por ano], claro que vamos perder relevância no mundo. Mas se projetarmos aqui propulsores que rodam com etanol em conjunto com tecnologia híbrida, isso nos coloca em um mercado global potencial de 11 milhões [de unidades/ano], considerando só as vendas da Volkswagen no mundo hoje”.

Pablo Di Si comentou não haver tempo para incluir o investimento nesse centro de tecnologia, que poderá ter ramificação em São Carlos, na fábrica de motores.

Por isso, deverá dispor de recursos transferidos de outras áreas. Então, pelo que se pode ver, trata-se de uma estratégia muito recente e, pelo jeito, também urgente. Afinal, hoje o caminho para o Brasil é mesmo o híbrido flex e depois o híbrido fuel cell com etanol.

[Fonte: AB]

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