Aos poucos a Volkswagen vai pavimentando o terreno para a chegada dos seus carros elétricos no País. Depois de mostrar estaticamente os ID.3 e ID.4. UOL Carros teve a oportunidade de ter o primeiro contato atrás do volante dos modelos no Brasil.

Os dois carros estão no Brasil para testes e avaliações junto ao público, além de homologação, ainda que a VW não confirme o último fato.

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A base elétrica dos dois modelos é a mesma: a plataforma modular para veículos elétricos, a MEB. O conceito é o mesmo utilizado na MQB e MLB, que atendem diferentes tipos de veículos, mas com uma base em comum facilitando o desenvolvimento de novos carros.

Não só a base, mas os dois modelos que pudemos provar tem a mesma mecânica. Falamos de um motor elétrico no eixo traseiro apenas e com tração traseira, uma arquitetura – dadas as proporções – igual a do Fusca.

O motor elétrico de 204 cv e 31,6 mkgf é alimentado por uma bateria de íons de lítio. No caso do SUV ID.4, a bateria tem 77 kWh de capacidade e no hatch ID.3 58 kWh.

Isso influencia na capacidade de autonomia dos dois modelos: o hatch promete 426 km com uma carga completa enquanto o SUV 522 km, devido a diferença na bateria.

O que chama atenção no projeto em termos mecânicos é o fato de que nos dois casos, o sistema de freio usa tambor no eixo traseiro ao invés de discos, como se esperava.

O que pode parecer desleixo, na verdade é uma escolha. Vale lembrar que os carros elétricos tem um poder de regeneração grande que acaba reduzindo o uso do sistema de freio convencional. Dentro da cidade, é possível não utilizar o freio convencional e trabalhar apenas na regeneração, o chamado “one pedal”.

Por fora, os ID.3 e ID.4 tem um design pouco usual para o padrão atual dos carros da VW a combustão. Mas segundo o chefe de Design da VW, Marcos Pavone, há um significado nisso.

“O design está sendo feito para durar mais tempo, para garantir que o consumidor não ‘canse’ do carro. A proposta é que com as atualizações por meio da nuvem nos carros, eles durem mais tempo, portanto, linhas mais limpas e minimalistas o design precisa acompanhar essa nova duração”, diz.

Além disso, o conceito do carro elétrico coloca algumas “limitações” por assim dizer no design. A ideia de luxo ou requinte por meio de frisos acabou e são LEDs espalhados pela cabine que fazem isso.

Isso porque frisos aumentam o arrasto aerodinâmico, que por sua vez, reduz a autonomia da bateria e do carro. Parece pouco, mas cada detalhe conta no elétrico.

Por dentro, o conceito minimalista de poucos botões deixa o ambiente limpo. Os comandos são fáceis e estão presentes quase todos por meio da central multimídia de respostas rápidas.

O espaço interno é exemplar. Não ter motor a combustão e uma plataforma que permite criar o carro sem túnel central melhora o conforto a bordo para os ocupantes.

O painel de instrumentos reduzido é preciso a coluna de direção do volante, ou seja, se você ajusta a distância do volante, ele vem junto, mantendo a coerência e a boa visibilidade dos dados.

Seu acabamento interno tem boa qualidade, sem exagerar em querer ser requintado. Além disso, para manter a coerência na ideia de sustentabilidade que passa o carro elétrico, o interior não tem couro no revestimento.

Primeiras impressões

Se alguns carros a combustão são considerados pequenos esportivos com motores na casa dos 200 cv, o mesmo não dá para dizer dos ID.3 e ID.4, mas não aí nenhum demérito.

A escolha por um trem de força mediano para os modelos ajuda a oferecer uma capacidade maior de autonomia, mas não deixa de ter boas respostas.

A diferença na resposta entre o modo Eco e o Sport, passando pelo Normal, é bem grande. No modo Sport o carro “acorda” e aquela resposta instantânea de torque, tão conhecida dos carros elétricos, fica evidente.

Mais leve e curto, o ID.3 parece ser mais divertido de guiar que o ID.4 que aposta no bom espaço interno, especialmente de porta-malas para as famílias.

A suspensão, pelo pouco que foi possível perceber não é muito afeita ao piso brasileiro. Mais firme e associada as rodas de liga leve de 20″ com pneus de perfil baixo não são o conjunto perfeito para nosso asfalto detonado, mas são essenciais para dar estilo ao conjunto, já que os carros são mais elevados por causa das baterias no assoalho.

Em termos de tecnologia, a evolução de sistemas como o pacote de direção semiautônoma antecipa o que vem por aí. Além de manter o carro na faixa, controlar a velocidade, o sistema dos IDs consegue identificar o tipo de veículo à frente e diferenciar faixas contínuas de tracejadas.

A direção semiautônoma permite que o motorista fique até 10 segundos com as mãos fora do volante. Nesse momento, um alerta começa a ser emitido, visual e sonoro, e dentro de 5 segundos ele desativa o sistema por completo.

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