A Volkswagen do Brasil trouxe um lote do híbrido plug-in Golf GTE em 2019 ensaiando a sua estratégia de eletrificação no país. Agora o fabricante alemão anunciou planos mais concretos e nos convidou para conhecer dois destaques 100% elétricos: o hatchback ID.3 e o SUV ID.4.

A dupla de elétricos vieram para o Brasil para testar a receptividade do público, da imprensa e participar de clínicas. Versões, preços e data de lançamento ainda são segredos, mas é provável que cheguem ao Brasil já em 2022. Além de mostrar esses modelos a Volkswagen confirmou que terá híbridos flex e motores TSI mais eficientes em sua gama.

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A MEB é uma plataforma modular, que poderá abriga desde um sucessor do Up a modelos grandes como o SUV de 7 lugares ID.6. Essa plataforma também irá abrigar a versão de produção do conceito ID.Buzz, uma Kombi retrô elétrica que foi confirmada para a produção.

O Volkswagen ID.3

O principal produto da VW na Europa é o Golf, um elétrico para entrar no mesmo segmento desse carro tão importante precisa estar à altura. O ID.3 mostra bons atributos para agradar ao público do Golf: o interior moderno, espaço interno amplo, grande porta-malas e o desempenho.

O comprimento de 4,26 m é apenas 2 cm mais curto que o da oitava geração do Golf. Mas o entre-eixos do ID.3 é de enormes 2,77 m, 14 cm maior que o do Golf e próximo ao do Passat. Isso fez que as rodas ficassem nas extremidades da carroceria, proporcionando balanços (distância entre o eixo e a extremidade da carroceria) dianteiro e traseiro pequenos. Isso maximiza o espaço interno e deixa a distribuição de peso centralizada.

Por não precisar de um cofre do motor, a cabine é bastante avançada. O espaço interno é digno de carros maiores, não falta espaço para as pernas e cabeça no banco traseiro. O porta-malas também foi beneficiado: são 385 litros. Uma coisa que ficou de fora foi o estepe, o ID.3 traz apenas o kit reparo.

Desempenho de Golf GTI

A versão que conhecemos na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo foi a Pro, que traz um motor elétrico na traseira de 204 cv e 31,6 kgfm. Essa não é a versão esportiva do ID.3, mas a aceleração de zero a 100 km/h realizada em 7,6 segundos o deixa próximo do Golf GTI de sétima geração. A velocidade máxima é limitada a 160 km/h.

O conjunto de baterias é de 58 kWh, o que proporciona 426 km de autonomia no ciclo europeu WLTP. Existe ainda um conjunto menor, de 45 kWh, e um maior, com 77 kWh. As baterias são de íons de lítio e podem receber carregamento rápido de até 120 kW. O carregamento completo leva 6 horas e 15 minutos.

O ID.4 é um SUV familiar elétrico

Enquanto o Golf é o principal produto da Volkswagen na Europa, os SUV viraram os carros-chefes da marca no resto do mundo. O ID.4 já é vendido nos EUA, Europa e China, podendo ser o primeiro elétrico da marca a ser vendido no Brasil.

Seu entre-eixos é o mesmo do ID.3, 2,77 m, mas o ID.4 cresce nos balanços e chega a medida de 4,58 m. Ele é maior que o Taos e tem porte próximo ao do Tiguan de cinco lugares vendido na Europa. Apesar do tamanho, o diâmetro de giro dessa dupla de elétricos é de apenas 10,2 metros, menor que o do Chevrolet Onix.

Por dentro o espaço interno é maior que o do ID.3, trazendo uma cabina mais larga e prática. O console central entre os bancos dianteiros é modular, trazendo porta-copos que podem trocar de lugar e divisórias para os nichos. Todas as entradas USB são do tipo C. O porta-malas leva até 543 litros.

O ID.4 trazido para a prévia contava também com um teto solar panorâmico e fixo, item que já virou tradição nos carros elétricos. Mas ao contrário do Mustang Mach-E e dos carros da Tesla, o teto de vidro da Volkswagen conta com uma cobertura retrátil.

Tecnologia

A central multimídia de 12 polegadas é acompanhada de um painel de instrumentos digital com tela de 5,3 polegadas. Essa central controla as principais funções do veículo, como o sistema de navegação, de som, climatização e os assistentes de direção.

Para facilitar o uso existem botões de atalho na base da tela e o motorista pode configurar a tela principal com as funções que mais usa. Essa sistema também pode ser controlada por gestos. Para chamar o assistente virtual é só falar “ei ID” e fazer o comando desejado. Comandos como dizer que está com frio também funcionam.

A Volkswagen diz que “o LED é o novo cromado,” por isso a barra iluminada na grade que vimos no Taos se repete nos elétricos. Por dentro existe iluminação indireta no painel dianteiro e nos painéis de porta. O motorista pode escolher a cor da iluminação dentro de uma paleta de temas ou configurar com as cores que achar melhor.

Um item que deixou a desejar em ambos elétricos foi o acabamento. Usam plástico duro no painel e nas portas, sem trazer materiais macios ao toque. Pelo menos os bancos são bem acabados, combinando couro sintético com um tecido que lembra camurça.

Desempenho do ID.4

O VW ID.4 trazido foi a versão topo de linha Pro Performance, equipada com o mesmo motor elétrico de 204 cv do ID.3 na traseira. Porém o conjunto de baterias é maior, com 77 kWh de capacidade. O desempenho fica próximo ao do Tiguan R-Line, com zero a 100 km/h realizado em 8,5 segundos.

A autonomia é de 522 km no ciclo europeu WLTP. A bateria maior leva mais tempo para ser recarregada, são necessários 8 horas e 15 minutos para uma carga completa. Com 20 minutos é possível carregar 50% da bateria e com 40 minutos carregam 80%.

E como fica o Brasil?

Conforme falamos no início da matéria, a Volkswagen não revelou os planos. Mas como os concorrentes já estão se movimentando para trazer elétricos, essa dupla pode chegar em 2022. O ID.3 deverá ser posicionado na faixa de preço do Chevrolet Bolt, que também é um hatch de porte médio e hoje custa na faixa de R$ 317 mil.

O ID.4 é posicionado em uma faixa de preço mais alta que a do ID.3 na Europa. Ainda não temos um SUV médio elétrico que concorre diretamente com ele no Brasil. Usando valores atuais é possível esperar um valor beirando os R$ 400 mil para o ID.4 caso venha em um pacote completo como o que conferimos pessoalmente.

Fotos: Volkswagen | Divulgação

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